Pesquisar este blog!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Filme recupera história e lenda de famoso edifício de BH

A avó de Leonardo Barcelos vivia na casa da Avenida Amazonas, 749, esquina com Rua Tupis, nos remotos tempos da capital mineira. Ela sabia que o lugar era amaldiçoado e queria sua “limpeza”. Não conseguiu. Antes disso foi despejada para que no local fosse construído um arranha-céu. O Edifício Tupis não demorou a cair na boca do povo. Reza a lenda que o prédio de 17 andares, construído em 1945 (em estilo eclético e toques de art déco), tinha problemas na estrutura. Balançava e, o pior, podia cair. Daí o apelido: Balança mas não cai. Ele era dividido entre salas comerciais e apartamentos residenciais, foi república de estudantes e, depois, ficou fechado durante oito anos. Nunca caiu, nem vai cair, como garante Teodomiro Diniz Camargos, proprietário da construtura que está reformando um dos edifícios mais famosos da cidade. Quem quiser comprar um apartamento vai enfrentar concorrência: há quase 1,5 mil pessoas na fila e apenas 62 unidades.

A história do Balança e a misteriosa lenda que o envolve serão contadas pelo próprio Leonardo Barcelos, da produtora Teia, diretor do longa Balança mas não cai, que vem sendo realizado desde 2008 e atualmente está em fase de montagem. O filme mescla realidade e ficção, com depoimentos de quem viveu no prédio, gente da região que tomou carinho por ele e até hoje o trata como se fosse uma pessoa com passado (terrível) e futuro (brilhante). O longa deverá ser lançado no segundo semestre.
Agora, se você acreditou na tal história da avó de Leonardo Barcelos, caiu no conto do diretor. É argumento para a trama que surgiu da relação dele com o prédio. “O Balança acabou me engolindo. E o filme será uma forma de limpá-lo, revivendo sua história para que os novos moradores possam ocupá-lo com tranquilidade”, confessa Leonardo. A julgar pelas imagens registradas e pelo intenso trabalho da pequena equipe envolvida no projeto, o longa vai, como não podia deixar de ser, dar o que falar. Durante o processo de filmagens o próprio Leonardo decidiu entrar em cena e representar o tal neto da avó magoada.


Breve história
1945 – Início da construção, idealizada e empreendida pelo arquiteto e engenheiro Nícola Santólia, somente concluída em 1947. Inicialmente projetado para salas comercias, em média 10 por andar, pouco depois da inauguração foi esvaziado pela lenda de que poderia desabar.
1960 – Com o edifício desvalorizado, jovens estudantes do interior passaram
a ser os únicos interessados em morar lá.
O Edifício Tupis se tornou uma
grande república.
1980 – Com o preço do aluguel abaixo
do mercado, o prédio ficou sem manutenção e começou a se deteriorar.
Luz e água faltavam com frequência. O elevador parou de funcionar e a fachada ficou comprometida.
1990 – Parte da marquise desabou, levando à interdição do edifício pela PBH.
2008 –  Foi reaberto para reforma em 23 de abril.
2011 – A fachada está praticamente recuperada. As três lojas do térreo devem ser alugadas em setembro. Serão construídos 62 apartamentos de 40 metros quadrados (em média), de um e dois quartos, cozinha, banheiro e sala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário